A
Educação
Um dia desses lemos em um adesivo
colado no vidro traseiro de um veículo a seguinte advertência: "minha educação
depende da tua"!
Ficamos a imaginar qual seria o
conceito de educação para quem pensa dessa forma.
Ora, se nossa educação dependesse dos
outros, certamente seria tão instável quanto a quantidade de pessoas com as
quais nos relacionamos.
Ademais, se assim fosse, não
formaríamos jamais o nosso caráter. Seríamos apenas o resultado do comportamento
de terceiros. Refletiríamos como se fôssemos um espelho.
A educação é a arte de formar
caracteres, e por conseguinte, é o conjunto de hábitos adquiridos. Assim sendo,
como fica a nossa educação se refletir tão somente o comportamento dos outros
como uma reação apenas?
O verdadeiro caráter é forjado na luta,
na luta por dominar as más tendências, por não revidar uma ofensa, por retribuir
o mal com o bem.
Um amigo tinha o costume de dizer:
"bateu, levou!" Um dia perguntamos se ele admirava os mal-educados que tanto
criticava. Imediatamente ele se posicionou em contrário.
- É claro que eu não aprovo pessoas
mal-educadas. Então questionamos outra vez:
- Se não os admira, porque você os
imita?
Ele ficou um tanto confuso, pensou um
pouco e respondeu:
- É, de fato deveríamos imitar somente
o que achamos bonito.
Dessa forma, a nossa educação não deve
jamais depender da educação dos outros, menos ainda da falta de educação dos
outros.
Todos os ensinamentos do Cristo, a quem
a maioria de nós diz seguir, recomendam apresentar a outra face. Imaginemos se
Jesus tivesse ensinado: "se alguém te bater numa face, esmurra-lhe a outra", ou
então "faz aos outros tudo aquilo que não desejas que te façam". Nós certamente
não O aceitaríamos como modelo a ser seguido.
Assim sendo, lutemos por nos educar
segundo os preceitos do Mestre de Nazaré, que diante dos momentos mais dolorosos
de Sua vida manteve a calma e tolerou com grandeza todas as agressões
sofridas.
Não nos espelhemos nos que não são
modelos nem de si mesmos. Construamos o nosso caráter com os exemplos
nobres.
Quando tivermos que prestar contas às
leis que regem a vida, não encontraremos desculpas para a nossa falta de
educação, nem poderemos jogar a culpa nos outros, já que Deus nunca deixou a
Terra sem bons exemplos de educação e dignidade.
Não adotemos os costumes comuns que
nada tem de normais. O normal é cada um buscar a melhoria íntima com os recursos
internos e externos que Deus oferece.
As rosas, mesmo com as raízes
mergulhadas no estrume, se abrem para oferecer ao mundo o seu inconfundível
perfume.
O sândalo, por ser uma árvore nobre,
deixa suave fragrância impregnada no machado que lhe dilacera as fibras.
Assim, nós também podemos dar exemplos
dignos de serem imitados
Autor:
Equipe de Redação
do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada e no cap. 54 do livro
Depois da morte, de autoria de Léon Denis, ed. FEB.
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